Pela primeira vez, um jogo brasileiro figura na lista anual da revista Time que elege os dez melhores jogos do ano. Tradicionalmente divulgada pela publicação no mês de dezembro, a lista é elaborada pelos editores internos da revista.
O game nacional em questão é “Dandara”, desenvolvido pelo estúdio mineiro Long Hat House com criação da dupla João Brant, 28, e Lucas Mattos, 29, pioneiros na lista de “Game of the Year” da Time. A inspiração do jogo não poderia ser mais brasileira: Dandara vem de Dandara dos Palmares, escrava fugitiva que, ao lado do mais conhecido Zumbi dos Palmares, lutava contra a escravidão o país e dominava bastante as técnicas da capoeira. Mas essa no caso é só a inspiração. Na dinâmica do jogo, a personagem ultrapassa obstáculos e derrota vilões detentores de poderes mágicos. Ao longo das partidas, é possível investigar mapas e descobrir segredos que podem ser usados durante as lutas.
Segundo a Time, o diferencial do Dandara em relação a outros de dinâmicas parecidas, como “Metroid” e “Castlevania”, de 1986, é a atualização dos controles, permitindo comandos de pulo que tornam a exploração dos espaços mais complexa, por exemplo. No ano passado, o jogo foi lançado no exterior, oficialmente em Los Angeles, durante a E3, maior evento de games do mundo.
Hoje, é possível jogar o Dandara ao redor do mundo, por meio do PlayStation 4, Nintendo Switch, Android, Xbox One, iOS e PC.
Cenário promissor
Ao que tudo indica, esse é só o começo de uma sucessão de bons acontecimentos que prometem chegar ao mercado de games do Brasil. Na última semana, durante o Unlock CCXP, o atual ministro da Cultura e o diretor-presidente da Ancine anunciaram o maior edital de financiamento de games da história do país – ao todo, serão investidos 45 milhões de reais no setor, em diferentes linhas de seleção que envolvem cotas regionais, para valorizar também regiões fora do eixo Rio-São Paulo – o que já se provou uma boa ideia, visto que os meninos do Dandara são de Minas Gerais -, além de valores garantidos aos jogos focados em acessibilidade, por exemplo.
O panorama atual não poderia ser mais positivo: o Ministério da Cultura identificou, em pesquisa mais recente, que em termos de faturamento, o mercado de games é três vezes maior do que o de cinema e sete vezes maior do que o de música. De 2014 pra cá, o número de empresas voltadas aos games – produção, criação, desenvolvimento, distribuição – cresceu em 182% (!) – e hoje o Brasil já é o maior do ramo na América Latina.
Fonte: UpdateOrDie
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